terça-feira, 9 de agosto de 2011

Chega de sedentarismo

“Carlos, seus níveis de gordura estão um pouco alterados. Evite doces, chocolates, frituras, carne gorda, açúcar, refrigerantes e faça exercícios físicos regularmente”. Embora o “doutor” Google (muitas vezes, vou ao “consultório médico” sem sair de casa) já tivesse me advertido sobre os riscos de estar com triglicérides 285 e com as chatas siglas HDL e LDL descompensadas, o pronunciamento da médica foi um novo divisor de águas na minha vida.

Eu já havia iniciado a dieta e uma rotina diária de exercícios físicos por conta própria, uma semana antes, logo após interpretar o exame de sangue e buscar recomendações médicas virtuais para o reequilíbrio do organismo. No entanto, saí do consultório preocupado com minha alimentação, decidido a reeducá-la, e a retomar a prática esportiva, tornando-a uma atividade presente no meu cotidiano pelo resto dos meus dias.

Aumentei o consumo de vegetais (e olha que sempre exagerei na ingestão de frutas, verduras e legumes), cortei de vez os sedutores refrigerantes, o açúcar dos sucos e reduzi a participação da carne vermelha no cardápio. O pão normal deu lugar aos ricos em fibras (sete grãos, ômega etc), o queijo prato foi substituído por similares brancos e as carnes fritas perderam espaço para os grelhados. Ainda não consegui abrir mão do leite integral, mas chego lá.

Ganhei um tênis de corrida da minha esposa e comprei uma chuteira. Já comecei a correr diariamente. Minha próxima meta é voltar a jogar futebol, pelo menos, uma vez por semana e assim coroar o fim do meu longo e até então cômodo relacionamento com o sedentarismo, um mal terrível que se instala em pessoas com profissões estressantes e desencadeia uma série de doenças silenciosas que vão matando a doses homeopáticas.

Em apenas oito dias, já notei diferença. Perdi quase três quilos, me sinto mais disposto e cada vez menos contrariado por ter de acordar mais cedo todos os dias. Quem é jornalista e trabalha em redação, por exemplo, sabe que a adrenalina do dia a dia e o ritmo do ambiente de trabalho retardam o sono e protelam o despertar.

Por enquanto, estou atribuindo o desequilíbrio dos níveis de gordura ao meu precário modo de vida. No entanto, farei uma detalhada investigação familiar para saber o que pode vir pela frente. Afinal, quando era adolescente eu não imaginava que um dia pudesse ficar careca. Na época, tinha como referências meu pai e meu avô paterno. Entretanto, fui surpreendido anos depois pela herança genética do ascendente materno e cada vez tenho menos cabelo.