terça-feira, 6 de outubro de 2009

E o orgulho olímpico?

Desde que o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques Rogge, abriu o envelope que colocou definitivamente o Brasil no mapa do esporte internacional, no início da tarde da última sexta-feira, tenho ouvido todo tipo de manifestação sobre a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. A maioria reprova, acha que os R$ 28,8 bilhões a serem investidos na Olimpíada deveriam ser empregados na construção de escolas, hospitais, postos de saúde, casas, em obras de saneamento, na compra de medicamentos, etc.

Concordo. Afinal, um país que ocupa a 75ª posição no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) precisa de investimentos diretos para resolver problemas urgentes da população, não indiretos, tipo em que se encaixa o esporte. Mas também vejo a escolha - muito mais política do que técnica - como uma oportunidade de aceleração do crescimento do país, que já terá de gastar parte do PIB (produto interno bruto) para promover a Copa do Mundo de 2014.

Para receber os maiores atletas do mundo e os milhões de turistas que eles atraem, o Brasil terá de investir pesado em transporte público, segurança, na rede hoteleira, sem contar a construção de estádios, ginásios e parques esportivos. Tudo isso, além da melhoria na qualidade de vida dos brasileiros depois dos eventos, significa mais empregos. Certamente a construção civil terá seu auge na geração de postos de trabalho e lucros para os proprietários de grandes e pequenas empreiteiras.

No último sábado, conversava com dois amigos sobre o assunto. Ambos veem mais vantagens que desvantagens na realização dos Jogos Olímpicos no Brasil. A geração de empregos em grande escala, na avaliação deles, é o grande bônus da opção pelo Rio de Janeiro. “Em sete anos, o Brasil vai alcançar um nível de desenvolvimento maior que nas últimas duas décadas”, disse um deles.

Considerando o superfaturamento em obras e outras fraudes (infelizmente) inerentes à construção civil e a carência de investimento cada vez maior em saúde, saneamento, educação e moradia, ainda vejo pontos positivos na inserção brasileira no mapa do esporte mundial. Passou da hora de o Brasil mostrar que tem cidadania internacional. Precisamos nos despir do estigma de eterna colônia. Somos uma nação trabalhadora, rica, destemida e muito poderosa. E o mundo precisa saber disso.

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